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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Palmas para o bispo

A mensagem chegou por e-mail e li meio desconfiada. Será? Reli, procurei saber, depois só me restou elogiar a atitude do bispo Dom Manuel Edmilson Cruz, lá do distante município cearence de Limoeiro do Norte. A cidade tem cerca de 60 mil habitantes é a vigésima quinta maior do Ceará, segundo dados do IBGE. Produz banana, goiaba, coco, e é banhada pelos rios Jaguaribe e Banabuiú. E lá faz calor de mais de 30 graus o ano todo.
Mesmo vindo de um município pequeno e distante, o bispo teve a coragem e a humildade dos puros de alma ao recusar, solenemente, a placa de referência da Comenda dos Direitos Humanos Dom Hélder Câmara das mãos do senador Inácio Arruda (PcdoB/CE) durante uma homenagem no Senado Federal.
Aquilo que seria motivo de orgulho para qualquer mortal, não foi aceito por Dom Manuel em protesto ao reajuste de 61,8 por cento concedido pelos próprios deputados e senadores aos seus salários. Lógico que ele foi intensamente aplaudido pelo pequeno público presente, formando por alguns parlamentares e alguns parentes e amigos. Pena que eu não estava lá! Iria fazer arder as mãos de tantas palmas que iria bater. Cá entre nós, eu o aplaudo cada vez que releio a notícia, que guardei em meu arquivo pessoal. Um bispo destes não pode ser esquecido.
Ao discursar, com a placa nas mãos, o bispo falou: “A comenda hoje outorgada não representa a pessoa do cearence maior que foi Dom Hélder Câmara. Desfigura-a porém. De seguro, sem ressentimentos e agindo por amor e com respeito a todos os senhores e senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la”.
O bispo ainda destacou a realidade dos pobres cearences e a dos brasileiros em geral que são tratados como animais nos hospitais da rede pública (e muitas vezes nem mesmo são tratados) contrastando com a confortável situação salarial dos parlamentares, e completou: “É uma atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão contribuinte. Fere a dignidade do povo brasileiro que com o suor de seu rosto santifica o trabalho diário”.
Não precisa dizer mais nada, só mesmo aplaudir o bispo. Se não fosse desrespeito eu diria que ele é mesmo um “cabra da peste!”. Fonte: Parana-online

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